CANÇÕES PARA DESENVENENAR CORAÇÕES EM TEMPOS TÓXICOS
Indicados para o 29. Prêmio da Música Brasileira, o compositor e cantor paulista Kléber Albuquerque e o cantor brasiliense Rubi apresentam “CONTRAVENENO”. No repertório, um punhado canções que navegam contra a correnteza, vão na contramão da contenteza do coro e apostam no princípio ativo da poesia para desenvenenar corações em tempos tóxicos.
Mais do que um simples encontro no palco, Kleber Albuquerque e Rubi celebram no álbum o prazer de entretecer melodias e entrelaçar seus cantares na boa e velha arte de cantar a duas vozes. Em comum na carreira individual dos dois artistas há a influência da tradição da música caipira, das duplas sertanejas ouvidas na infância.
Inspirados nisso, Kleber e Rubi interpretam em dueto clássicos como Eta Nóis, de Luhli e Lucina, Como La Cigarra, da poeta argentina Maria Elena Walsh, e Castelo de Amor, antigo sucesso popular gravado pelo Trio Parada Dura, além de temas inéditos como Milonga da Noite Preta (Kleber Albuquerque), Cantiga de Não Chegar, Cerol e Contraveneno (parcerias de Kleber com o poeta e produtor Flávvio Alves).
Para além deste mergulho interior, tanto no sentido geográfico quanto sentimental, “CONTRAVENENO” elege um repertório de canções com alta densidade poética, com letras que, ainda que não panfletárias, dialogam de forma crítica em relação ao momento atual, revitalizando a assim chamada “linguagem da fresta” em temas como A Banca e na própria Contraveneno, a canção que dá título ao show.
Acompanhados pelo multi-instrumentista e produtor Rovilson Pascoal (violões, guitarra e ukulele), Kleber e Rubi revesam-se também em alguns momentos solo, nos quais interpretam músicas de suas carreiras individuais, e reservam sempre algumas surpresas em cada show. Entre elas uma versão folk de Maurício, da Legião Urbana, e uma homenagem a Mário Manga (que foi produtor dos discos de estreia tanto de Kleber quanto de Rubi), com a divertidíssima Lava Rápido (Premê).